BRASILÂNDIA.CO: UMA PLATAFORMA, NÃO UMA OBJETIFICAÇÃO.

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BRASILÂNDIA.CO:  UMA PLATAFORMA, NÃO UMA OBJETIFICAÇÃO.

A BRASILÂNDIA.CO surge como uma plataforma de criação localizada no conjunto habitacional de mesmo nome do município de Brasilândia, situado na zona norte de São Paulo - Br. 

A Brasilândia por um período, foi superestimada por ser um lugar violento, com históricos longos de chacinas policiais e descasos governamentais, com ensino precário e um dos maiores índices de HIV no Brasil entre jovens e adultos. Sendo também um território grande, muitos artistas ficam esquecidos pelo que a mídia “tradicional” fala sobre o bairro ainda na atualidade, sendo sua população de maioria negra, nordestina e boliviana.

O nome do coletivo se faz no intuito de desconstruir a ideia de identidade brasileira totalmente distorcida no Brasil. Mostrando que em meio a situação desfavorável, existe grande produção de conteúdo e cultura a partir de artistas que muitas vezes, são invisibilizados no mercado de trabalho. Criando narrativas e produzindo mesmo que com poucos recursos ainda, o que tem de mais fresh na moda brasileira na contemporaneidade.

O coletivo abre suas próprias portas diante de um mercado da moda/arte excludente, também como forma de representatividade em diversidade de gênero.

 
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A plataforma multiarte acontece por uma necessidade de uma produção e um fazer artístico mais livre, autodidata, a partir das vivências e subjetividades de cada integrante que também vive no bairro. Formado por: Kelton Campos (24 anos, arte visual), Iara Martinhos (22 anos, moda) e Larissa Almeida (23 anos, moda),  com colaboração da artista e performer Vitória Roberto (20 anos, teatro). Deságua num processo criativo a partir das vivências pessoais, dialogando gênero e raça num contexto de periferia e traçando narrativas fotográficas/ audiovisuais a partir disso. 

‘‘BRASILÂNDIA.CO, tem como objetivo criar possibilidades criativas para que colaboradores tenham os primeiros contatos com as múltiplas linguagens do audiovisual. A partir de uma liberdade de criação pautada na oportunidade de transitar em qualquer função que se sinta vontade/desejo de aprender, gerando um material proveniente desse processo em imagem, vídeo e performance. Um fazer artístico a partir de trocas afetivas e de conhecimento conjunto.’’

A plataforma visa um futuro de reconhecimento financeiro para o trabalho, ainda tem sido difícil capitalizar, sendo esse um problema estrutural e da normatividade, não da esfera conceitual do grupo. Segundo Kelton Campos: ‘’os financiamentos dos nossos projetos, quando não são através de editais, funcionam a base da negociação com os artistas que querem colaborar com a gente. Todos os trabalhos autorais são realizados com nossos próprios recursos, isso atrapalha na grande parte, porque quando não temos nada, isso cria um “delay” nas nossas produçōes e expectativas.’’ 

 
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A BRASILÂNDIA.CO faz a divulgação dos seus projetos a partir de postagens no  instagram, e recentemente lançaram seu site para maior desenvolvimento e alcance, sendo seu público de maioria jovem entre 19 a 29 anos.  ‘‘A maioria das pessoas que nos seguem, são bem “GEN Z”, e quem se identifica com a linguagem do nosso trabalho, incluindo nossos amigos e pessoas que nos conectamos em todo país.’’

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